Revolucionário, código Morse surgiu após tragédia familiar do inventor

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Tão antigo quanto famoso, o código Morse, embora não seja tão utilizado hoje em dia, mantém-se firme no nosso imaginário, sobretudo quando nos referimos a filmes de ação e espionagem. A sua origem, no entanto, é pouco conhecida e reserva uma história surpreendente, que envolve a frustração de um homem com a demora de mensagens e uma trágica morte.

O norte-americano Samuel Finley Breese Morse ganhava a vida pintando retratos de pessoas. Certa feita, precisou viajar para fazer um quadro sob encomenda. Para tanto, partiu em uma viagem de 440 quilômetros, deixando sua esposa grávida em casa. Uma semana depois, Morse recebeu de um mensageiro a notícia de que sua mulher havia entrado em trabalho de parto e não estava bem. O pintor resolveu voltar, porém não conseguiu chegar antes da morte dela.

Anos depois, entre 1832 e 1835, Morse dedicou-se à invenção do telégrafo para, quem sabe, evitar mais histórias trágicas amplificadas pela lentidão da comunicação à distância. Com o amigo Alfred Vail, desenvolveu o tão famoso sistema de pontos e traços que levaria o seu sobrenome para a posteridade. O telégrafo funcionava transmitindo sinais elétricos entre dois aparelhos, e essa estrutura era conectada a um rolo de tinta, capaz de marcar um pedaço de papel com o código.

Em 1843, foi construída a primeira linha telegráfica dos Estados Unidos, e a mensagem inaugural de Morse foi “What hath God wrought” (“O que Deus fez”, em tradução livre), uma frase do livro Números, da Bíblia. Aos poucos, o código rompeu as barreiras norte-americanas e também deixou de ser reproduzido apenas em sinais elétricos, podendo ser transmitido por fontes de luz ou por ondas de rádio, por exemplo. A invenção do telefone fez o telégrafo perder espaço no dia a dia, mas seu lugar na história está garantido para sempre.