Por que o roxo não aparece nas bandeiras dos países?

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Você seria capaz de se lembrar rapidamente de algum país que tenha o roxo em sua bandeira? Com certeza não é uma tarefa fácil. A constatação da raridade dessa cor nos símbolos nacionais tem procedência e motivação simples: a tinta era cara demais antigamente. Poucos países aderiram ao roxo, o que só aconteceu graças à tecnologia.

A tradição da fabricação do roxo começou na cidade fenícia de Tiro, atual território do Líbano. O pigmento era extraído de glândulas de moluscos mediterrâneos da família Muricidae. Cada molusco gerava algumas poucas gotas de secreção, o que demandava muitos exemplares da espécie. A coleta era igualmente complicada, pois exigia a ação de mergulhadores.

O custo para se obter esta cor a deixou inacessível para a maioria da população. Não demorou muito para o tom púrpura fosse associado à realeza e à alta classe. O glamour só terminou no século XIX com a descoberta acidental do roxo sintético pelo químico britânico William Perkin.

A popularização da cor, no entanto, surgiu após a maioria dos países já ter estabelecido seus símbolos nacionais. Ainda assim, duas nações com bandeiras recentes aderiram ao roxo: Dominica e Nicarágua. Em ambos os casos, no entanto, a cor aparece de forma discreta. Mas são nos detalhes que por vezes grandes histórias podem estar escondidas, não é mesmo?