Por que os gregos antigos não enxergavam a cor azul?

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O longa-metragem de 2013, do diretor Abdellatif Kechiche, trazia no título da obra a afirmação: “Azul é a Cor Mais Quente”. Mas o azul pode ser também a cor mais misteriosa. A partir de pesquisas em textos históricos, como a Odisseia e a Ilíada, estudiosos levantaram a hipótese de que não havia uma definição a respeito dessa coloração nas civilizações antigas. Ou seja, os gregos não reconheciam tons azulados. Será verdade?

Nas obras de Homero, por exemplo, o céu tem “cor de bronze” e o mar apresenta uma coloração de “vinho escuro”. Além dos gregos, algumas civilizações passadas, como os chineses e os hebreus, também não descreviam o azul em seus textos clássicos.

Isso não quer dizer que as pessoas não enxergassem o azul, mas a falta de um nome para a cor poderia ter dificultado a sua descrição, de acordo com os estudiosos. O pesquisador Lazarus Geiger encontrou um padrão em diferentes civilizações, no qual o azul é sempre uma das últimas cores a aparecer nos idiomas.

Primeiramente, surgiram palavras para descrever o preto e o branco (ou claro e escuro). Depois, veio o vermelho (a cor do sangue ou do vinho) e, mais tarde, o amarelo e o verde. Só depois aparece o azul. Mais um dado curioso: a única cultura antiga a desenvolver uma palavra para o azul foi a egípcia. Eles também eram o único povo da antiguidade que sabia produzir corantes azuis.