Conheça o curioso hábito medieval dos “dois sonos” e por que ele chegou ao fim

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idade média

Cochilar, tirar uma soneca ou uma pestana, fazer uma sesta. Sobram sinônimos para aquele sono curto após o almoço ou em meio à tarde de que muitas pessoas não abrem mão. Antigamente, no entanto, dormir duas vezes ao dia não era uma escolha ou um luxo, mas, sim, um hábito. A prática dos “dois sonos” durou até o fim do século XIX.

O que seriam os “dois sonos”? E por que ele foi extinto da nossa cultura? Vamos responder a essas perguntas, começando pela definição da expressão. O primeiro sono começava logo após o anoitecer e durava cerca de três horas. Depois disso, as pessoas despertavam e ficavam acordadas mais algumas horas na chamada vigília, um período usado para rezar, fazer tarefas domésticas ou conversar com familiares. Depois, todos voltavam a se deitar para a segunda parte do sono, que durava até o amanhecer.

Esse costume durou séculos, da Idade Média à Revolução Industrial. Foi quando a nova forma de se viver em sociedade impactou para sempre a relação do ser humano com o sono. Junto com a Revolução Industrial, surgiram o acúmulo de horas trabalhadas e a iluminação artificial, fatores que deixaram as pessoas acordadas por mais tempo, chegando à noite mais cansadas.

O sono, portanto, deixou de ser bifásico e tornou-se concentrado e profundo. Ou, simplesmente, “um sono”. Nada, claro, que impeça aquele pequeno cochilo que nunca fez mal a ninguém e que nem o tempo nem as mudanças tecnológicas foram capazes de derrubar…