Confusão de idiomas em uma Copa é a origem dos cartões no futebol

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Imagine um evento que, durante um mês, reúne representantes de 32 países, aproxima diferentes culturas e mobiliza bilhões de telespectadores no mundo todo. Se você pensou na Copa do Mundo, acertou. O maior encontro do futebol do planeta começará em menos de 30 dias no Catar e, aproveitando esse momento de expectativa pelo torneio, lembramos uma história curiosa que aconteceu em uma das edições. Você sabia que uma confusão de idiomas deu origem aos cartões amarelo e vermelho?

Precisamos voltar a 1966, ano da oitava edição da Copa do Mundo. A Argentina enfrentava a Inglaterra, anfitriã da competição. Em certo momento da partida, o capitão argentino, Antonio Rattín, contestou a marcação de uma falta por parte do árbitro alemão, Rudolf Kreitlein. Sem compreender o espanhol e diante do gestual agressivo do jogador, Kreitlein ordenou que o mesmo se retirasse.

Ainda mais indignado, Rattín se recusava a deixar o campo, alegando que não entendia a ordem do árbitro. Instaurou-se, portanto, uma pequena Torre de Babel: os idiomas espanhol, alemão e inglês sendo usados ao mesmo tempo e sem nenhuma compreensão. Rattín chegou a pedir o ingresso de um tradutor no gramado, mas a revolta do argentino não encontrou respaldo, e ele acabou realmente expulso.

Diante de tamanha confusão, que paralisou o jogo por mais de dez minutos, a Fifa, entidade máxima do futebol, resolveu criar uma convenção universal. A inspiração surgiu dos semáforos do trânsito. O cartão amarelo significa uma primeira advertência por reclamação ou falta cometida, enquanto que o cartão vermelho é sinônimo de expulsão em casos mais graves de indisciplina e violência. A novidade passou a valer a partir da Copa de 1970 e nunca mais saiu de moda. Os árbitros agradecem.